sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Acidentes com ciclistas aumentam 35% de janeiro a agosto em BH

Ciclista pega "carona" na traseira de um ônibus
na Avenida Antônio Carlos... (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)

Acidentes de trânsito envolvendo ciclistas aumentaram 35% de janeiro a agosto em Belo Horizonte, na comparação com o mesmo período do ano passado, e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) socorre mais de duas vítimas de ocorrências com bike por dia. Se não bastasse o desrespeito dos motoristas, há ciclistas que também se arriscam pedalando em locais proibidos. Pesquisa da União de Ciclistas do Brasil, com mil entrevistados na capital mineira, revela que 30% deles preferem as pistas do Move às faixas mistas. O EM  flagrou na última quinta-feira um ciclista transitando pela pista exclusiva dos coletivos da Avenida Antônio Carlos, na Pampulha. O homem ainda pegou “carona” na traseira de um ônibus. A bike foi puxada por vários quarteirões, em velocidade incompatível para uma bicicleta.
De acordo com a BHTrans, assim como os carros e motos, bicicletas também são proibidas nas pistas de trânsito rápido de ônibus. Nos oito primeiros meses deste ano, 276 ciclistas vítimas de acidente no trânsito deram entrada no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS). Em 2014, no mesmo período, foram 204. De janeiro a agosto, o Samu já socorreu 540 vítimas de acidentes com bicicletas. Durante todo o ano passado, as ocorrências somaram 791 casos.
... Após alguns quilômetros, ele larga o coletivo, mas permanece
na pista do Move... (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)

... e segue na pista exclusiva de ônibus até a altura do 
Bairro Lagoinha (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Para o diretor da União dos Ciclistas do Brasil e integrante da Associação BH em Ciclo, Guilherme Tampieri, não dá para criminalizar os acidentes afirmando que a culpa é dos ciclistas. “Belo Horizonte, como a maior parte das cidades do Brasil, foi construída para utilização do automóvel. Então, se deslocar de bicicleta em BH, às vezes, é muito complicado”, disse Guilherme, lembrando que a Avenida Antônio Carlos foi duplicada e não construíram ciclovia, assim como a Cristiano Machado, que há décadas passa por alterações e nunca foi pensada para usuários de bicicleta.

Guilherme reconhece que alguns ciclistas conduzem a bicicleta de forma impropriada, mas considera que os imprudentes são minoria. Outro problema é o desrespeito por parte dos motoristas, segundo ele, que não foram treinados para entender a bicicleta como parte do trânsito. Entretanto, de acordo com o especialista, os conflitos têm diminuído, embora o número de bikes nas ruas de BH tenha aumentado, principalmente no Centro.“A cidade está se devolvendo para o uso da bicicleta, mas existe uma resistência social à ciclovia. Todo mundo acha a ciclovia muito bonita, desde que não seja na sua própria rua. É preciso que a sociedade evolua e compreenda que a bicicleta está na cidade desde sempre, e que a tendência é que aumente muito mais”, explicou. Para ele, o uso maciço do automóvel não é benéfico. “A cidade está começando a perder dinheiro. O número de acidentes com motoristas é muito maior, e o índice de poluição aumentou estrondosamente nos últimos anos”, conclui.
O número de ciclistas mortos no trânsito de BH tem diminuído, segundo o diretor da União dos Ciclistas do Brasil, com base nos dados do Sistema de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte. O último levantamento é de 2013, com seis mortos. Em 2012, foram cinco e, em 2011, oito. “Em 2004, registraram 17 mortes”, lembra Guilherme, que prefere disputar espaço com os carros. “Há quem prefira a pista do Move, pois ela está mais vazia por mais tempo. No entanto, não recomendo a ninguém pedalar nela”, disse.

CONSCIENTIZAÇÃO De acordo com especialistas de trânsito, o investimento em ciclovias e o aumento no número de adeptos à bicicleta não são seguidos de conscientização dos motoristas. Segundo eles, com o aumento do número de ciclovias na capital e a disponibilização de pontos de compartilhamento de bicicletas, mais pessoas estão usando a bike como meio de transporte, mas poucos usam equipamentos de segurança, como capacete, retrovisor esquerdo e sinalização noturna. De cada 20 acidentados que dão entrada no João XXIII, apenas um usa algum tipo de proteção, segundo dados do próprio hospital. O mais comum são ferimentos em membros inferiores, como pés, pernas, coxas e joelhos. De acordo com o HPS, em caso de atropelamentos, em que os ciclistas são ejetados, há exemplos de traumatismos cranioencefálicos graves, principalmente quando a vítima não usa capacete. 

Para tentar melhorar o convívio entre motoristas e ciclistas nas ruas, evitar conflitos e, principalmente, acidentes, a BHTrans informou que a Gerência de Educação para a Mobilidade desenvolve ações educativas de conscientização junto aos motoristas para o respeito aos ciclistas, sempre que uma nova ciclovia é implantada. “Essas ações também são dirigidas aos ciclistas com o objetivo de sensibilizá-los para o cumprimento das normas de trânsito”, ressaltou, em nota.

sábado, 6 de junho de 2015

A322 - Palmares/Est. Diamante







Galera, esse aqui em cima (C423) eu não sei se a pintura tá certa, porque não conheço esse layout da DER-MG.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Passagem de ônibus em BH deveria custar R$ 2,90, diz Ministério Público

O Ministério Público de Minas Gerais pediu novamente na Justiça a suspensão de aumento das tarifas de ônibus em Belo Horizonte. Desta vez, a promotoria além de alegar o erro nos cálculos feitos pela BHTrans para definir o reajuste, apontou o valor correto para a cobrança. Conforme os cálculos dos promotores, a passagem de R$ 3,10 deveria custar 2,90.

Em janeiro o promotor Eduardo Nepomuceno, da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, já havia impetrado Ação Civil Pública apontando irregularidades nos cálculos da empresa de trânsito, mas não foram apresentados números detalhados na argumentação e o pedido de suspensão do aumento foi negado pela 4ª Vara Municipal da Fazenda. “Aquela ação foi cautelar. A gente sabia que o cálculo estava errado, mas não tinha elementos para apontar o valor correto. Esta nova ação é a principal. Pedimos para corrigir o valor”. 

O MP questiona o quinto Termo Aditivo ao Contrato de Concessão celebrado entre o município de Belo Horizonte e as empresas concessionárias, que, entre outros ajustes, considerou o mês de novembro de 2012 como referência para o cálculo da variação de preços dos insumos. Com base nessa previsão, foi calculada, conforme apurado, a variação dos preços no intervalo de dois anos (vinte e quatro meses): de novembro de 2012 a novembro de 2014. Para a promotoria, a alteração do critério de reajuste previsto no contrato original feriu o instrumento convocatório. Além disso, também por força contratual, a variação de preços somente poderia considerar o intervalo de doze meses.

O MPMG também aponta na que o contrato já havia sofrido reajuste em 2014, em razão de revisão quadrienal expressamente prevista, o que preservou a relação de equilíbrio econômico-financeiro entre Poder Público e empresas concessionárias. Entretanto, a alteração promovida pela cláusula terceira do quinto Termo Aditivo retroagiu a contagem da variação até 2012, incidindo duplamente no cálculo final.


“O coeficiente de reequilíbrio contratual [1,0297] já havia sido aplicado ao preço das tarifas em julho de 2013, tendo sido somado, no cálculo, ao fator de variação de preços, que foi de 1,1284, considerando o intervalo de novembro de 2012 a novembro de 2014”, explica o promotor de Justiça Eduardo Nepomuceno.

Nesta nova ação, foi apresentado novo cálculo das variações dos preços das despesas, de acordo com a fórmula paramétrica prevista no contrato, mas considerando o período de novembro de 2013 a novembro de 2014. “O fator encontrado foi de 1,0650”, afirma o promotor de Justiça.

“A ideia era que já tivesse sido suspenso o aumento naquela época, mas se agora a nossa pretensão se confirmar, vamos precisar discutir depois outra medida para compensar este tempo todo que o consumir pagou a mais. Por enquanto a preocupação é a redução do preço”, afirma Nepomuceno.



sábado, 28 de fevereiro de 2015

Obra do Move inacabada no Bairro Santa Efigênia vira estacionamento irregular

Obras para construção do terminal na Bernardo Monteiro
 foram suspensas no ano passado. Lama, poeira
 e desordem no trânsito.

Terra sem dono passou a ser o nome dado por comerciantes, empresários e pedestres à Avenida Bernardo Monteiro, no trecho entre as avenidas Francisco Sales e Andradas, na Região Centro-Sul de BH. Os dois quarteirões no Bairro Santa Efigênia – que abrigam funerárias, estacionamentos, restaurantes, empresas, clínicas médicas e dão acesso a importantes unidades de saúde da Área Hospitalar – foram transformados em um canteiro de obras para construção do Terminal Move Metropolitano Bernardo Monteiro. As intervenções começaram em abril do ano passado, mas, no segundo semestre, as máquinas e operários paralisaram os trabalhos, o que deu início a uma série de problemas. 

A via teve o asfalto e o canteiro central arrancados, árvores cortadas e hoje está com chão de terra batida, gerando poeira e lama. Repleta de buracos e sem nenhuma regra de trânsito, o trecho da avenida ainda tem as placas indicativas de estacionamento rotativo, mas tornou-se ponto para parada de ônibus de sistemas de saúde de cidades do interior e de veículos particulares, que estacionam à revelia de qualquer norma ou de fiscalização. Com a desordem no trânsito, o movimento de carros e pedestres caiu e comerciantes acumulam perdas de até 80% nas vendas. A situação abriu espaço também para a violência. Lojistas se queixam de roubos e dizem que bandidos passaram a rondar o local. Alguns já procuraram advogados e prometem acionar a Justiça para reparação de danos.
Gerente da Funerária Santa Casa, Jeferson Florêncio diz que a empresa nunca passou por um momento econômico tão difícil. “Desde julho, tivemos que demitir 38 dos nossos 185 funcionários. As vendas caíram 40%”, disse. Ainda segundo ele, a loja, que funciona 24 horas, já foi alvo de dois assaltos. “À noite, a avenida vira um deserto, uma terra sem dono que se torna um prato cheio para criminosos”, afirma o gerente, que cobra a presença policial no local. A poucos metros dali, a direção do Restaurante Simplesmente viu as 200 refeições vendidas diariamente reduzirem em mais de 70%. “Já estamos pensando em fechar”, afirmou o gerente, Marcos Ferreira Costa. A queda nas vendas também fez os donos da Funerária Carvalho reverem os negócios.

SEGURANÇA 


A Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), responsável pelas intervenções, não informou o motivo da suspensão das obras do terminal e nem quando serão retomadas. Por meio de sua assessoria de imprensa, se limitou a afirmar que a obra, orçada em R$ 10,4 milhões, foi paralisada antes do fim do ano passado e que, atualmente, o governo de Minas realiza amplo levantamento da situação administrativa e financeira do estado, o que inclui ações relativas às áreas de transportes e obras públicas. Ainda segundo a pasta, o levantamento será feito por 90 dias, contados a partir do início da nova administração. Em relação à segurança, a Polícia Militar prometeu reforço. De acordo com o major Renato Félix Federici, comandante da 3ª Companhia da PM, responsável pelo patrulhamento na região, ele irá ao local hoje para averiguar a situação junto aos comerciantes. “Vamos tomar conhecimento das condições no local e aumentar a presença policial”, garantiu.