quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Manobra de vereadores leva a ameaça de boicote ao Move

Em uma só manobra, os vereadores de Belo Horizonte deram sinal verde para que as empresas de ônibus tradicionais retirem os trocadores dos veículos e ainda liberaram a exploração dos espaços publicitários em estações de embarque do Move (nome dado ao BRT, transporte rápido por ônibus) sem indicar para onde iriam os recursos arrecadados com a atividade. A votação irritou os rodoviários, que agora ameaçam paralisar os serviços tradicionais e boicotar o início das atividades do Move, marcado para 15 de fevereiro, caso o prefeito Marcio Lacerda não reverta a situação.
A exclusão dos agentes de bordo é realidade desde setembro de 2012 e vale para o período noturno, domingos e feriados. Ela surgiu após a mudança feita pelo vereador Moamed Rachid (PDT) no projeto inicial, que limitava a permissão ao Move. Para corrigir a distorção, mesmo tendo sancionado o texto anterior, o prefeito Marcio Lacerda enviou uma nova proposta ao Legislativo.
Mais uma vez, os parlamentares mudaram a ideia original. Além de ignorar a proposta da prefeitura, eles usaram o projeto para liberar a exploração da publicidade no Move, até mesmo nos relógios digitais instalados nas estações. O líder de governo na Câmara Municipal, vereador Wagner Messias, o Preto (DEM), foi o responsável por propor a mudança. O texto não esclarece, no entanto, para onde iria o dinheiro arrecadado, quem o administraria, nem se há a possibilidade de os recursos serem usados para reduzir a passagem – isso pode ser feito já no projeto ou por meio de regulamentação da prefeitura, após a sanção da proposta.
AMEAÇA. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte (STTR-BH), 95% das linhas já circulam sem agentes entre 23h e 5h. Já o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) confirma que algumas linhas circulam sem cobradores nesse horário, mas não informa quantas são.

O outro lado. A justificativa para a proposta da prefeitura – que limitava a exclusão dos agentes ao Move – ter sido barrada foi o baixo número de vereadores durante a votação, realizada em um domingo, às vésperas do Revéillon. Pelo menos essa foi a explicação dada ontem pelo vereador Preto.


Fonte: O Tempo

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Prefeitura de Belo Horizonte reduz custos de empresas de ônibus em R$ 20 milhões, mas tarifas continuam as mesmas

Prefeitura de Belo Horizonte vai reduzir em R$ 20 milhões os custos anuais das empresas de ônibus
No entanto, medida não vai resultar em redução da tarifa., mas garante congelamento do valor das passagens municipais até conclusão de auditoria
ADAMO BAZANI – CBN
Decreto publicado nesta quinta-feira, dia 23 de janeiro de 2014, no Diário Oficial de Município de Belo Horizonte, pode reduzir em R$ 20 milhões por ano os custos das empresas de ônibus na cidade.
O prefeito Márcio Lacerda isentou das empresas o pagamento do CGO – Custo de Gerenciamento Operacional, que é uma espécie de taxa paga pelas empresas e repassada à Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte – BHTrans.
O dinheiro é usado para organização, gerenciamento e fiscalização do sistema da capital mineira.
Mas a diminuição dos custos das empresas não vai resultar em redução no valor das passagens.
Na verdade, o dinheiro poupado dos cofres das viações vai compensar o congelamento da tarifa municipal, que foi reduzida em R$ 0,15 em junho do ano passado após as manifestações, até a conclusão de uma auditoria sobre os custos dos transportes.
O prefeito em junho do ano passado cogitou retirar o CGO, mas conseguiu à época compensar as empresas com a isenção do PIS-Cofins e do tributo municipal ISS – Imposto sobre Serviços.
No entanto, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, toda redução de receita pública deve ser equilibrada com aumento por outra fonte.
Por isso, a prefeitura determinou o aumento da alíquota do ITBI – Imposto sobre Transferência de Bens Imóveis de 2,5% para 3% .
O fim da cobrança do CGO para as empresas deve começar a vigorar em até 90 dias.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Fonte: Blog Ponto de Onibus

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

BRT muda trânsito de BH radicalmente

As mudanças radicais na circulação no Hipercentro e na área hospitalar nos últimos dois meses para o funcionamento do Transporte Rápido por Ônibus (BRT), chamado de Move, exigirá mais atenção dos motoristas para evitar transtornos e acidentes. Amanhã será iniciada na área hospitalar, principalmente na Avenida Carandaí, a penúltima intervenção da quarta fase de implantação do sistema, previsto para começar a operar em 15 de fevereiro. A quinta e última fase, à qual a reportagem do Estado de Minas teve acesso com exclusividade, contemplará a região da Praça Raul Soares, finalizando o ciclo de obras, inversão de sentidos e implantação de mãos inglesas, que já somam sete grandes obras desde dezembro.
A quinta fase de adequações viárias para o Move busca dar mais fluidez à Avenida Amazonas para o tráfego dos ônibus articulados até a Avenida Augusto de Lima, no caminho para os hospitais. Para isso, eliminar o acesso à Rua Araguari à esquerda pela Avenida Amazonas no sentido Raul Soares é considerado chave pelo superintendente de Implantação e Manutenção da BHTrans, José Carlos Ladeira. 

“É a principal mudança no local para permitir fluxo mais livre para o Move. É importante destacar que os ônibus articulados não circularão pela Raul Soares”, afirmou. Mudanças de tráfego também serão necessárias em trechos do cruzamento das avenidas Amazonas e Barbacena; na Avenida do Contorno, entre as ruas Araguari, Tamóios e o Viaduto Castelo Branco; e na Avenida Bias Fortes, nos cruzamentos entre ruas Curitiba e Timbiras e das ruas Mato Grosso e Tupis.
A transformação da Carandaí em via de três sentidos começa amanhã. E a BHTrans já avisou que ainda não será possível perceber melhorias como a redução da concentração de ônibus na frente dos hospitais João XXIII e das Clínicas. A antiga pista de sentido Centro será dividida em duas, de direções opostas, para a Afonso Pena e a Alfredo Balena, enquanto a via que servia de caminho aos hospitais passa a ser invertida (mão inglesa) para o sentido Rua dos Guajajaras, atravessando a Afonso Pena. A Rua Pernambuco não dará mais acesso à Alameda Ezequiel Dias. radares serão instalados no corredor para disciplinar o tráfego nas faixas exclusivas do Move.

Segundo o diretor de Sistema Viário da BHTrans, Edson Amorim de Paula, a melhor fluidez do tráfego na frente do João XXIII e do Hospital das Clínicas só ocorrerá com as últimas alterações. “Os pedestres e o Move serão privilegiados nos deslocamentos para os hospitais. Mas ainda haverá tráfego pesado até que se façam intervenções na Praça Lucas Machado”, afirmou.

As obras devem começar na próxima semana. A expectativa da BHtrans é de que a velocidade média do tráfego no Hipercentro e nos hospitais suba de 12 km/h para 26 km/h. A distância percorrida nessas duas regiões aumentaria de 81.842 quilômetros rodados para 151.195, com o espaço para mais veículos. 

As alterações de sentidos e implantação de mãos inglesas consideradas positivas pelo doutor em engenharia de transportes Frederico Rodrigues, mas precisam ser implantadas com muita eficiência. “O pedestre é quem mais fica exposto, porque está acostumando a olhar para um lado diferente antes de atravessar, por isso, precisa de informação e sinalização bem clara. Aos poucos os motoristas se acostumam”, afirma.


DÚVIDAS AO VOLANTE

Motoristas que trafegam pela região onde as mudanças serão implantadas têm dúvida sobre a eficiência da medida. A estudante Patrícia Brand, de 21 anos, acha que o fechamento da conversão à esquerda da Amazonas para a Araguari vai piorar o trânsito, já complicado na região. “Esse caminho é a melhor opção para quem vem do Barreiro e cidades vizinhas, como Contagem e Betim, e quer acessar as avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado e a região da rodoviária”, diz. “Fechar essa passagem significa mais congestionamento nos quarteirões adiante”, completa.

O taxista Anselmo Martins Costa, de 37, também não vê com bons olhos as alterações para implantação do BRT: “A gente passa um dia e o trânsito está de um jeito. No dia seguinte, é preciso aprender a andar por aquele lugar novamente porque está tudo diferente”. Para ele, fechar o cruzamento pode significar em mais tempo nas viagens, uma vez que os motoristas precisarão dar voltas para chegar a destinos feitos com a circulação atual.



Fonte: Estado de Minas

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Em BH, Terminais metropolitanos serão integrados ao sistema BRT na capital

Imagine gastar, de ônibus, 30 minutos de Contagem ou Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, até o Centro da capital, e também tirar 160 ônibus de circulação do Hipercentro em horário de pico. Isso é o que promete o governo do estado, que anunciou a construção e reforma de 13 terminais de ônibus na Grande BH. Além dos três municípios, haverá estações em Vespasiano, Ribeirão das Neves, Ibirité e Sarzedo. A previsão é de que o novo sistema de transporte metropolitano, que vai custar R$ 187 milhões, comece a operar no início do ano que vem e esteja concluído até o fim de 2014. O projeto, na capital, prevê a reforma dos terminais de integração Vilarinho, São Gabriel e da atual rodoviária e a construção do terminal Bernardo Monteiro, na região hospitalar.
Em vez de ir de ônibus direto dos bairros para o Centro de BH, os passageiros vão, com linhas convencionais, até os terminais metropolitanos de integração. Lá, eles vão embarcar em linhas especiais que podem ou ir direto até o Centro da capital, em linhas expressas, ou parar ao longo do caminho, em linhas semiexpressas. Sete dessas estações vão ser integradas ao sistema do BRT (transporte rápido por ônibus) da capital mineira, em implantação nos corredores das avenidas Antônio Carlos e Pedro I e Cristiano Machado, exclusivos para os coletivos.
Mas, mesmo aqueles terminais que não forem vinculados ao BRT já adotarão características desse sistema, como o pagamento da passagem antes de usar o transporte, além do embarque em nível – sem que seja necessário subir degraus para entrar no veículo. As estações vão contar  com painéis informatizados, atualizados com os horários de chegada e partida de cada linha. Os terminais integrados ao BRT contarão ainda com ônibus articulados, com maior capacidade de passageiros. “A conurbação metropolitana que se espalha sem controle apresenta uma nova realidade. Com a licitação e as obras de 13 terminais de ônibus, vamos permitir uma mobilidade urbana melhor”, afirmou o governador Antonio Anastasia.
Atualmente, a rede metropolitana de transporte conta com 740 linhas e 3 mil ônibus. A estimativa é de nos horários de pico 1 mil ônibus metropolitanos circulem no Centro de BH. Com as mudanças, esse número deve cair 16%, passando para 840 veículos, de acordo com a Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas (Setop). Outra vantagem do sistema, que vai atender uma média diária de 700 mil usuários, é que haverá linhas que ligarão um terminal a outro. Quem sai de Contagem, por esemplo, poderá chegar ao terminal São Gabriel sem a necessidade de trocar de ônibus no Centro de BH

O sistema vai permitir encurtar os percursos dos municípios do entorno até a capital, ganhando agilidade. Sem as linhas antigas que vinham para BH, a previsão  é de aumentar em cinco vezes a oferta de ônibus dentro das cidades da RMBH. O prefeito de Santa Luzia, Carlos Alberto Calixto, recebeu com animação a notícia da construção dos terminais. “Mais de 70 linhas saem hoje de Santa Luzia e causam grande transtorno na Linha Verde. São pelo menos dois quilômetros de coletivos apenas de Santa Luzia. Durante o dia, essas linhas funcionam ociosas”, disse.

O projeto dos terminais metropolitanos de integração prevê também o investimento de R$ 200 milhões pelas empresas concessionárias de ônibus para a compra de ônibus adequados às novas estações. Serão adquiridos 150 veículos, todos com ar-condicionado, GPS, painéis informativos e avisos sonoros para orientar passageiros sobre as paradas. De acordo com o presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar, por enquanto as estações metropolitanas serão separadas das linhas municipais. “Enquanto não houver a integração tarifária não podemos unificar as passagens”, explicou.

As novas estações

BH
» São Gabriel*
» Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro (Tergip)*
» Bernardo Monteiro*

Contagem
» Darcy Ribeiro
» Cidade Industrial
» São Joaquim

Vespasiano
» Morro Alto*

Santa Luzia
» São Benedito*

Ribeirão das Neves
» Jardim Colonial*
» Justinópolis*

Ibirité
» Ibirité

Sarzedo
» Sarzedo
Fonte: Setorial Nacional de Transsportes