quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Itens de conforto em ônibus de Belo Horizonte ficam só na promessa


Ônibus mais modernos e mais confortáveis tanto para os passageiros como para os motoristas em toda a frota de Belo Horizonte ficaram só na promessa.
A gerenciadora BHTrans alterou o decreto 15.019/2012 que obrigava que os ônibus apresentassem itens mais elaborados de conforto e segurança em toda a frota da capital mineira.
Câmbio automático ou automatizado, que diminue trancos para os passageiros e facilita o trabalho do motorista, ar condicionado, que aumenta a sensação de conforto, não serão mais itens obrigatórios em linhas que não sejam de corredores exclusivos.
As linhas diametrais, do tipo bairro a bairro, mesmo circulando por parte dos corredores, serão as que vão oferecer ônibus mais simples.
A mudança do decreto atinge ao menos 200 dos 400 ônibus para o sistema MOVE BH.
O uso de veículos mais simples e baratos atende a pressão dos empresários de ônibus integrantes dos consórcios operacionais.
Apenas os ônibus articulados terão o câmbio automático garantido porque todos já saem de fábrica com esta configuração. O preço médio destes veículos é de R$ 750 mil.
Os empresários preferem o uso de ônibus com motores dianteiros, que são mais baratos e de manutenção mais fácil, embora não apresentem as melhores condições de conforto para trabalhadores das empresas e passageiros.
No caso do sistema, o uso do motor dianteiro (inevitável em alguns trajetos) não é por causa das más condições de tráfego.
Os donos das companhias de ônibus alegam que se fossem comprar os veículos nas especificações do decreto original ou se tivessem de instalar os itens como ar condicionado e câmbio automático ou automatizado nos ônibus de motores dianteiros, os custos aumentariam e seriam repassados à passagens, resultando em tarifas mais altas ou necessidade de mais subsídios.
Ao jornal “O Estado de Minas”, o diretor de Planejamento, Desenvolvimento e Implantação de Projetos da BHTrans, Daniel Marx Couto, admitiu que a autarquia cedeu à pressão dos empresários e adota agora o mesmo discurso:
Se as empresas adicionassem o câmbio automático em um ônibus de motor dianteiro, somada a suspensão a ar, o preço ficaria muito próximo do de um ônibus com motor traseiro. O custo de manutenção desse tipo de câmbio também é maior”.

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